Eu estava morrendo. As pessoas que me importava lutaram por mim.
Mas quer saber? Eu não dava a mínima.
Eu queria morrer, eu queria me livrar de tudo.
Por um momento.
Mas só o que eu precisava, e o que nem eu nem ninguém víamos, era enxergar a vida.
Eu estava bem ao encarar a morte... Mas e ao encarar a despedida da vida?
O sopro, o ar, ar cores... foi um salto. Literalmente.
Num segundo meus pés tocavam a terra, no outro eu estava flutuando, sentindo na face tudo o que eu não poderia enxergar.
O sol estava quase lá, não demoraria nem um minuto para que eu pudesse vê-lo dali.
O mundo, ah, ele continuaria sem mim.
Como sempre foi, avassalador, grandioso. Seria muito egocentrismo de minha parte achar que o grande universo seria alterado sem minha alma nele.
MAS E EU?
Será que eu continuaria bem sem ser alterada por todo o resto?
Sem sentir o cosmo em mim?
Agradecida. Foi o que eu senti ao fim, ao perceber que fazia parte de um ciclo, que eu estou aqui.
Estou aqui.
Estou aqui.
E disposta às alterações.
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